A nutrição celular ativa é um método que busca conservar um perfeito equilíbrio do organismo e tratar enfermidades, variando as concentrações das substâncias que nele estão presentes e que são necessárias para uma boa saúde. Esta ciência tem como objetivo de repor e recuperar os minerais, vitaminas, aminoácidos e enzimas do metabolismo celular.
A complementação deve ser individual, pois cada ser humano tem suas necessidades bioquímicas específicas, como também seu estilo de vida. Não existe um padrão à seguir e a automedicação pode trazer graves consequências futuras.
O uso intensivo de produtos químicos, procedimentos inadequados de distribuição e armazenamento de alimentos, utilização excessiva de alimentos refinados, métodos de cozimento, abuso de frituras, drogas e poluição ambiental , contribuem para um desequilíbrio e oportunizam as enfermidades.
A ciência da trofoterapia se detem na melhor compreensão e utilização de nutracêuticos como uso preventivo para promover a saúde.
À medida que cohecemos mais o perfil de cada indivíduo, podemos contribuir orientando-o a fazer uma alimentação e uma suplementação qualitativa adequada. Cada organismo necessita de uma quantidade suficiente e não apenas mínima de nutrientes para estar em harmonia, para tal não apenas nos detemos às recomendações da R.D.A (Recommended Dietary Allowances), para atingir um equilíbrio, mas também complementamos a dieta com doses entre a recomendação e a terapêutica para melhorar a qualidade de vida do paciente.
Para um alerta dos problemas que a automedicação pode causar, segue-se a matéria abaixo:
Proteínas- Uma dieta normal deve conter no máximo 15% de proteínas, porque acima disso provocaria uma sobrecarga renal; através da gliconeogênese os aminoácidos se transformam em glicose, que, por sua vez, se transforma em glicogênio hepático e muscular.
Glicídios- em excesso causa obesidade e hipertrigliceridemia.
Lipídios ( gorduras)– em excesso causa obesidade, dislipidemia.
Fibras – em excesso causa má absorção de nutrientes como: Mg, Fe, Ca, Zn e Cu; diarréia, perda da palatabilidade, diverticuulose.
A fibra em uma dieta deve ser calculada, pois em muitos casos a criança/adulto apresenta um quadro de anemia, por falta de conhecimento do seu uso em excesso.
ÁGUA
Existem vários tipos de água e deve-se tomar os cuidados com a composição, fonte, origem , toxidade e contaminação com metais pesados. Recomenda-se o uso de filtro e sempre ferver a água.
Água do mar x água doce: A água dura contém mais concentrações de cálcio, magnésio e minerais traços que evitam que o sabão faça espuma, e depositam uma película sedimentar nos cabelos, roupas, canos, pratos e banheiras. Embora a água do mar possa ser irritante, estudos mostram que o índice de mortalidade por doenças cardíacas é menor nas áreas onde ela é consumida. Contudo, acredita-se que o cálcio encontrado na água do mar não seja benéfico para o coração, artérias ou ossos. Infelizmente a água dura deposita seu cálcio e outros minerais na parte externa dessas estruturas, seu consumo tem de ser orientado, enquanto que o cálcio encontrado na parte interna é benéfico. A água doce pode ser naturalmente branda ou pode ser tratada com sódio, diminuíndo a concentração de sais para retirar o cálcio e o magnésio.
Água deionizada ou desmineralizada: Quando a carga elétrica de um átomo foi neutralizada pela remoção ou acréscimo de elétrons, a água resultante é chamada deionizada. O processo de deionização remove da água nitratos, cálcio e magnésio, além de metais pesados como: cádmio, bário, chumbo e algumas formas de rádio.
Água filtrada: A filtragem da água é o meio pelo qual é transformada em água pura, limpa, não contaminada e de melhor sabor. Há muitos tipos de filtros de água e formas pelas quais a água pode ser filtrada. A natureza filtra a água fazendo-a passar por riachos. Quando a água passa pelas pedras dos riachos, as bactérias presentes na água prendem-se às pedras e são substituídas por minerais como cálcio e magnésio. O processo que utiliza carvão ativado granular geralmente faz uso de um material sólido absorvente que captura contaminantes orgânicos, à medida que a água passa por ele. Esse processo reduz o gosto de cloro da água.
A osmose reversa é considerada uma boa forma de filtragem de água. Usa-se um filtro de membrana semipermeável para coar as impurezas da água. Contudo, o filtro não é capaz de evitar a passagem de bactérias e vírus.
AS VITAMINAS
As vitaminas são substâncias essenciais ao metabolismo celular e ao crescimento, que devem ser fornecidas ao organismo e não produzem calorias. Regulam e favorecem as reações bioquímicas que ocorrem nas células, permitindo a assimilação dos alimentos e levando à degradação das moléculas nutritivas, indispensáveis para a obtenção de energias. A maior parte das vitaminas são substâncias protetoras e reguladoras e, ainda, transformam-se em coenzimas.
Vitaminas lipossolúveis: A, E, D, K, Betacaroteno.
Vitamina A – em excesso, a hipervitaminose A foi observada em crianças que receberam 50.000 UI/dia durante vários anos ou também na forma hidrossolúvel sintética de 18.500 a 60.000 UI por um período de 6 meses. É altamente tóxica. Se detectada a tempo, os sintomas desaparecem em alguns dias após a retirada da vitamina. Mas podem demorar mais, dependendo da quantidade ingerida e a extensão dos depósitos hepáticos. Perda de apetite, cabelos e pigmentação cutânea anormal, pele seca, dor e fragilidade nos ossos e dor de cabeça são causados pela sua toxidade.
Betacaroteno– em excesso a hipercarotemia resulta apenas na disposição do caroteno nos tecidos, particularmente na pele e olhos; dá à pessoa uma aparência alaranjada estranha, mas inofensiva; após suspender a ingestão, esta cor amarelada desaparece; pode apresentar toxidade com doses acima de 30 mg por período prolongado.
Vitamina D– em excesso pode ocorrer e causar alterações patológicas: naúseas, Vômitos, disfunções hepáticas, hipertensão e cefaléia; excessiva calcificação óssea e calcificação de partes moles como nos rins ( incluindo cálculo renais), pulmões e membrana timpânica do ouvido, a hipercalcemia pode ocorrer com doses acima de 1000 a 1500 UI.
Vitamina E– em excesso pode interferir na atividade da vitamina K ( anticoagulante). Portadores de hipertensão e de doenças cardíacas crônicas de origem reumática não toleram grandes doses.
Vitamina K– em excesso pode causar a anemia. ( 500mcg)
VITAMINAS HIDROSSOLÚVEIS: (B1, B2, B3, B5, B6, B9, B12, H, B15, C)
B1 (Tiamina)- O stresse, alimentos processados, cafeína, antibióticos, sulfas, estrogénos prejudicam a sua absorção, para ser melhor absorvida precisa de outras vitaminas do complexo B, além da vitamina C, ácido fólico e vitamina E. Junto com betacaroteno, selênio, zinco e E tem propriedades antioxidantes. Atua na desintoxicação do chumbo. Em dosagem alta, ela é excretada com as outras vitaminas do complexo B pela urina. È preciso uma avaliação correta nutricional para que a Tiamina não deplete outras vitaminas.
B2 ( Riboflavina)- em grandes doses pode induzir a perdas das outras vitaminas do complexo B, através da urina, principalmente a B6.
B3 ( Niacina, ácido nicotínico, nicotinamida)- A niacina pode ser sintetizada no organismo pelas bactérias intestinais, a partir do triptofano ( 60mg deste sintetizam 1mg de vitamina B3), pode ser sintetizada em nível do cólon, desde que haja presença dos catalisadores tiamina, riboflavina e piridoxina. O ácido nicotínico é um vaso dilatador. A vitamina B3, o ácido nicotínico e a nicotinamida se convertem, no corpo, nas formas ativas da coenzima NAD ( nicotinamida-adenina-dinucleotídeo) e NADP (nicotinamida-adenina-dinucleotídeo-fosfato). As duas coenzimas NAD e NADP acham-se envolvidas em mais de 50 reações metabólicas na espécie humana.
Em excesso pode causar rubor facial, se usado sob forma de niacina ou ácido nicotínico, pois tem poder vaso dilatador e de provocar o flush histamínico, náuseas, cefalalgia, podendo agravar os sintomas do diabetes e dos problemas hepáticos e distúrbios digestivos. Em crianças deve ser administrada com cuidado, pois pode causar cefalalgia, tontura e naúseas.
B5 ( ácido pantotênico) – As hemácias contêm o ácido pantotênico, que circula no plasma sangüíneo ligado a proteínas, é melhor absorvida quando ingerida junto com outras vitaminas do complexo B ( B6, B12, biotina e ácido fólico), com vitamina C, com cálcio e enxofre. Em excesso é excretado na urina.
B6 ( Piridoxina)- A vitamina B6 participa da conversão de proteína em energia e de glicogênio em glicose para os músculos, por isso é mais necessária quanto for a quantidade de proteína ingerida.
A vitamina B6 quando ingerida é transformada, com ajuda da riboflavina, na forma de coenzima pirodoxal 5 fosfato, participando da formação do ácido gama- aminobutírico (GABA). Outras reações, como a conversão de triptofano em niacina e ácido araquidõnico em prostaglandina E2, são dependentes da vitamina B6.
Em excesso pode causar deficiência de outras vitaminas do complexo B, caso não seja mantida uma proporção adequada entre elas.
B9 (Ácido fólico)- Em excesso pode causar reação alérgica, o seu excesso pode mascarar a deficiência da Vitamina B12.
B12 ( Cobalamina) – em excesso é excretado na urina, junto com outras vitaminas.
H (Biotina)- É sintetizada pelas bactérias da flora intestinal, não sendo armazenada em nenhuma parte específica do organismo, podendo existir quantidades ínfimas no fígado. É melhor absorvida com as vitaminas do complexo B, especialmente B12, ácido fólico, ácido pantotênico, vitamina C e enxofre. A excreção é feita pela urina.
B15 (Ácido pangâmico)- é extraída da semente do abricó. Estimula o sistema glandular e sistema nervoso, normaliza o abastecimento de oxigênio para as células e para a respiração. É mais eficaz junto a sais de zinco, vitaminas do complexo B, vitamina C e E.
C (Ácido ascórbico) – em excesso certos indivíduos formam cálculos renais, porém quando associada a vitamina B6, há bloqueio de oxalatos; em excesso pode causar diarréia, distúrbios gastrointestinais, dores abdominais.
B (PABA- Ácido Paraminobenzóico) – em excesso prejudica o coração, rins e fígado, e causa náuseas e vômitos.
B (Inositol) – em excesso causa polineuropatia, agravo na doença renal crônica.
F (Ácidos graxos essenciais e polinsaturados)- em excesso de ácido graxo ômega-6 produz imunodepressão, inibe a liberação de enzimas dos granulócitos, favorecendo o crescimento tumoral, a síntese acentuada de prostaglandina –2, estimulante do linfócito T supressores, e redução da produção de anticorpos. O excesso ácidos graxos ômega- 3, inibe a produção de eicosanóides ômega-6 e melhora a resposta celular mediada, que são potentes mediadores inflamatórios.
Coenzima Q10 ( Ubiquinona)- não deve ultrapassar 30 mg/dia. È utilizada no mal de Alzheimer e Esquizofrenia, além do lúpus eritematoso muscular e candidíase.
MINERAIS
Os minerais são elementos existentes no organismo e nos alimentos em combinações orgânicas e inorgânicas.
Os elementos minerais desempenham diversos papéis essenciais nos fluidos corporais como constituintes dos tecidos do organismo, regulando o metabolismo de diversas enzimas. Mantém o equilíbrio ácido/básico e a pressão osmótica, facilitando a transferência na membrana de elementos essenciais.
Temos duas categorias de minerais os microelementos e os macroelementos.
Os microelementos existem no organismo em quantidades muito pequenas, mas são responsáveis por numerosos processos metabólicos. Estes elementos são os seguintes: B, Co, Cu, Cr, Fe, F, Ge, I, Mn, Mo, Se, Si, V, Zn.
Os macroelementos existem em maior quantidade. No entanto, junto com os microelementos, asseguram a construção e reparação dos tecidos, intervindo diretamente no equilíbrio do metabolismo celular. Estes elementos são os seguintes: Ca, Cl, S, P, Mg, K, Na.
Boro (B)- em excesso causa tontura, náusea, vômito, tremores, desordem cardiovascular, irritação da pele e da membrana muscular.
Cálcio (Ca)- em excesso a administração contínua e limitada de cálcio, junto com a vitamina D, pode causar a hipercalcemia ( calcificação dos órgãos ou dos ossos).
Cloro (Cl)- em excesso pode ocorrer reações alérgicas, como asma ou urticárias, quando se ingere água com alto teor de cloro. Colite funcional em alguns casos.
Cobalto (Co)- em excesso pode ocorrer policitemia ( superprodução de eritrócitos) e hiperplasia da medula óssea.
Cobre (Cu)- só é absorvido 30% pelo organismo.
Enxofre (S) – 80% é excretado pela urina.
Ferro (Fe) – o excesso causa azia, náuseas, constipação, diarréia, hemossiderose, câncer, infarto do miocárdio, baixa imunidade, artrite e acidente vascular cerebral.
Fluor (F) – em excesso causa manchas nos dentes, inibe a enzima fosfotase, que é necessária para a utilização do cálcio. Em grandes quantidades, o flúor, na forma de fluoreto de sódio, torna-se tóxico. Causa também manifestação gástrica, respiratória e cardíaca.
Fósforo (P) – em excesso diminui a absorção do cálcio.
Iodo (I)- em excesso aumenta a intensidade do metabolismo basal. O excesso pode bloquear a síntese de tiroxina ( atividade tireoideana).
Magnésio (Mg)- em excesso causa tremores musculares, confusão mental e tonturas, nervosismo, espasmos musculares. Interfere com dois elementos muito importantes: a acetilcolina e o potássio.
Manganês (Mn)- em excesso pode causar a doença de Parkinson. Se for inalado, o pó de manganês se acumula no fígado e no sistema nervoso central.
Molibdênio (Mo)- o excesso pode causar deficiência de cobre, causa hiperuricemia ou gota.
Potássio (K)- em casos extremos, a musculatura cardíaca pode ser afetada causando irregularidades nos batimentos e morte, assim como na insuficiência renal.
Selênio (Se) – em excesso altera a absorção da vitamina C, causa erupções cutâneas, pele amarelada, artrite crônica, hálito cetônico, palidez, irritação, dentes descoloridos, unhas quebradiças, distúrbios gastrointestinais, perda de cabelo, vômitos, diabetes, seborréia, lesões hepáticas e renais.
Silício (Si)- em uso contínuo e prolongado do uso de silício, que existe em muitos antiácidos na forma de tricilicato de magnésio, causa formação de cálculos renais. O silício se for inalado é tóxico causando silicose pulmonar.
Sódio (Na)- em excesso causa edema, hipertensão arterial, reumatismo, aumento do ácido úrico, baixa o nível de potássio, cefalalgias, deficiências visuais, tonturas, distúrbios gastrointestinais, problemas hepáticos e renais.
Vanádio (V)- só é absorvido 1% pelo organismo.
Zinco (Zn) – em excesso causa a desidratação, desequilíbrio eletrolítico, letargia, descoordenação motora, doenças renais, anemia, confusão mental, psoríase, distúrbio gastrointestinais. Interfere no equilíbrio Cu, Fe, Ca; diminui os teores de fósforo e enxofre.
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