DISTÚRBIO DE ANSIEDADE E PÂNICO
O distúrbio do pânico parece estar assumido proporções epidêmicas, possivelmente devido às dificuldades cada vez crescentes de adaptação a um mundo em mudanças muito rápidas. Certamente, existem fatores genéticos que, associados a desencadeantes ambientais, provocam uma sucessão de episódios de mal-estar intenso, alterações circulatórias provocadas pela hiperatividade simpática e/ ou tonturas e formigamentos de extremidades associadas à hiperventilação. Esses pacientes costumam freqüentar pronto-socorros com assiduidade, até serem encaminhados para tratamento especializado. O quadro se desenvolve com a ansiedade intensa, medo de passar mal, medo dos efeitos das medicações, ponto de por vezes impedirem esses pacientes de serem tratados de modo adequado. O distúrbio do pânico é sempre um desafio terapêutico, uma vez que temos que impedir a todos custo que esses pacientes adquiram vícios e idéias errôneas a respeito do tratamento. O tratamento basicamente é feito com os inibidores seletivos de receptação da serotonina, mas devido à hipersensibilidade do receptor 5HT2, responsável pelo aumento da ansiedade, a princípio o paciente pode experimentar uma piora do quadro. No geral, muitos médicos prescrevem os benzodiazepínicos nesse momento, o que causa em um bom número de pacientes uma dependência permanente dessa classe de droga.
Um relacionamento de confiança por parte do paciente é bastante útil nesse caso, de modo que o médico deve estar sempre disponível para explicar o que realmente está acontecendo.
O início do tratamento deve sempre ser feito com baixas doses de medicamentos. Mesmo os agonistas naturais, tais como 5-hidroxitriptofano, devem ser sempre administrados em doses baixas, com a titulação progressiva, de modo que não haja aumento da ansiedade.
O distúrbio do pânico é uma desordem complexa, o tratamento apresenta resultados bem modestos e as recaídas são bem freqüentes.
O uso da suplementação nutricional nestes casos pode ser feito com agonistas naturais gabaérgicos (L-theanina, L-taurina), bem como os precursores de serotonina.
Possivelmente, o bloqueio do funcionamento da área pré-frontal direita pode ser uma das explicações para o distúrbio do pânico, uma vez que esta área está envolvida na geração de pensamentos e vivencias fantasiosas, o que pode ser importante para nos defender da idéia da morte, que pode estar á nossa espreita a qualquer momento.
Associação entre medicamentos e suplementos
Na abordagem ortomolecular dos distúrbios psiquiátricos, o médico ou terapeuta ortomolecular, deverá estar sempre atento ao fato de que estaremos quase sempre trabalhando com associações de medicamentos e suplementação nutricional. E a grande preocupação diz respeito à possível indução de síndrome serotonérgica.
A síndrome se caracteriza pela hiperatividade serotonérgica com sintomas em diversos órgãos. Os sintomas mais notáveis são a confusão mental, a hipertermia e as alterações pulmonares, respiratórias e cardiovasculares. Se não identificada e tratada a tempo, o desfecho pode ser fatal.
O maior risco é dado através da associação de antidepressivos inibidores da MAO com os inibidores de receptação de serotonina e/ ou noradrenalina, salientando que, nos demais, esta síndrome pode ser desencadeada pelo uso solitário ou em associação de outras drogas ou suplementos, mas sempre de forma idiossincrática, sendo que possivelmente a metabolização de cada droga, determinada pela cadeia de citrocromo p450 individualizada em cada paciente, pode ser a explicação para o fenômeno.